Cenário de abandono na economia é tema de discussão no Seminário “Eleições 2022: Que economia Queremos?”

Promovido pela Coalizão Direitos Valem Mais, o seminário continua nesta quarta, 15, debatendo os efeitos do teto de gastos e das políticas de austeridade sobre as áreas sociais.

Na última quarta, 8 de junho, o primeiro encontro do seminário Eleições 2022: Que economia queremos?, promovido pela Coalizão Direitos Valem Mais. A atividade debateu os impactos da política econômica no cotidiano com representantes de organizações da sociedade civil, movimentos sociais e entidades de classe, e levantou propostas para a superação da crise atual, agravado pelas medidas de austeridade adotadas a partir de 2016. 

Durante a abertura do evento, Melisanda Trentin, representante da organizações Justiça Global e Plataforma Dhesca, que integram a secretaria executiva da coalizão, explicou que a proposta do seminário é transformar a pergunta de seu título em uma afirmação. “Nossa caminhada mostra que queremos uma economia em favor da vida e dos direitos humanos, e nestes encontros temos o desafio de construir nosso manifesto, um instrumento de luta para dialogar com as candidaturas populares e incidirmos no cenário eleitoral”, detalha.

O professor de economia da Unicamp, Pedro Rossi, deu início às discussões reforçando a necessidade de a política econômica reafirmar o compromisso do Estado com os direitos humanos.  “A responsabilidade fiscal é indissociável da responsabilidade social. Não é responsável uma política fiscal que vira as costas para o desemprego, que é negligente com o aumento da fome no Brasil enquanto corta gastos”, critica.

Em seguida, Lia Manso, coordenadora de projetos da ONG Criola, demonstrou como esse impacto na economia se aprofunda quando consideramos os recortes de raça e gênero. Lia Manso também evidencia a dimensão ética deste debate ao descrever a construção do Bem Viver como um conceito que atravessa a dinâmica da afirmação dos direitos, pois esta “não se limita a uma legislação ou demanda individual, mas uma pauta da luta coletiva para que a maior parte da população brasileira possa viver bem, na contramão da política que é apresentada hoje”.

Entre as contribuições dos participantes, Jefferson Nascimento, da Oxfam Brasil,  apresentou o relatório da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar (Rede PENSSAN) sobre o avanço da fome no país. Destacando dados sobre o agravamento da insegurança alimentar a partir de 2018, Jefferson descreve que além da pandemia, “há uma série de políticas que contribuíram para esse cenário, como a redução do financiamento da agricultura familiar ou o atraso e a redução do valor pago como auxílio emergencial”.

Você pode acompanhar a íntegra do debate no youtube. As falas subsidiarão a produção de um manifesto por uma economia que leve em consideração as necessidades das pessoas. O documento será entregue a todas as candidaturas populares, para influenciar a construção de seus programas de governo.

Na próxima quarta-feira, 15/08, acontecerá o segundo encontro no próximo evento, que discutirá os efeitos do teto de gastos e das políticas de austeridade sobre as áreas sociais. Para que esse manifesto seja capaz de representar de fato a diversidade da nossa população, as suas contribuições neste debate serão fundamentais! Se ainda não se inscreveu, preencha o formulário no link https://bit.ly/SEMINARIODVM. Na véspera de cada encontro, você receberá o link para o encontro diretamente no seu e-mail.

Assista à íntegra do primeiro encontro:

https://www.youtube.com/watch?v=L3iaKhaVcYU

SERVIÇO:

Seminário Nacional Que economia queremos?
Próximo encontro:15 de junho, 9h30
Onde: via zoom (link enviado após inscrição)
Inscrições via: bit.ly/SEMINARIODVM

Dia 15/06: Efeitos do teto de gastos e das políticas de austeridade sobre as áreas sociais

9h30 – Orçamento privado x público, com Livi Gerbase (Inesc)
9h50 – impacto das regras fiscais no orçamento, com Roseli Faria (Assecor)
10h – Impactos da austeridade nos direitos e pelo piso emergencial, com:
Saúde: Ronald dos Santos (ex-presidente Conselho Nacional de Saúde) 
Educação: Tânia Dornellas e Andressa Pellanda (Campanha Nacional pelo Direito à Educação), 
Assistência Social: Jucimeri Silveira (PUC/PR), Márcia Lopes (CRESS-PR) e
Segurança Alimentar:  Valéria Burity (Fian)
10h30 – o que precisamos para ampliar os direitos nessas áreas?